segunda-feira, 6 de março de 2017

Era uma vez em Março de 2013

Sábado, 23 de Março de 2013. De manhã, bem cedo, um sócio sportinguista toma o pequeno almoço enquanto programa o que fará no fim-de-semana. Os seus pensamentos são dominados pela importância que o dia terá para o clube, apesar de, desportivamente, não haver grande coisa por que esperar. O campeonato está parado por causa das selecções. No dia anterior, a selecção nacional tinha empatado 3-3 em Israel e complica as contas do apuramento para o Mundial do Brasil. 

Rui Patrício foi o único jogador do Sporting presente nos 23 convocados por Paulo Bento. Tímida representatividade de um clube que sempre se caracterizou por formar os melhores jogadores portugueses, mas perfeitamente compreensível: o plantel actual está de rastos, acumulando resultados desastrosos. Jesualdo Ferreira (que sucedeu a Vercauteren, que substituiu o provisório Oceano, que pegou na equipa após o despedimento de Sá Pinto) tenta dar a volta à situação, chamando vários miúdos da B para substituir uma série de jogadores caros e acomodados. Ilori e Bruma foram titulares na última jornada, ajudando a derrotar o V. Setúbal por 2-1.  Com esta vitória, o Sporting ascendeu ao 10º lugar da classificação, estando agora a uns confortáveis 9 pontos acima da linha de água. O espectro da despromoção começa, finalmente, a desvanecer-se. Entretanto, 34 pontos à frente do Sporting, o Benfica lidera o campeonato, com o Porto a necessitar de uma escorregadela da equipa de Jorge Jesus para poder ficar dependente de si próprio - mas isso são outros campeonatos...

Voltando ao Sporting: mencionei há pouco Bruma e Ilori, dois jogadores lançados à pressa por Jesualdo no onze, mas que, felizmente, estão a dar-se bem. Não têm propriamente contratos blindados e de longa duração, mas a renovação é um assunto que pode esperar. São miúdos da casa, certamente que lhes agradará a perspectiva de continuarem a evoluir no Sporting, a assinatura no papel deverá ser uma mera formalidade. A aposta nos miúdos é fundamental, se a ideia é valorizar quem possa render, no futuro, muito dinheiro ao clube. É que a esmagadora maioria dos passes dos principais jogadores do plantel sénior já foram vendidos a terceiros: restam 50% do passe de Adrien, 30% de Carrillo, 35% de André Martins, 75% de Cédric, 25% de Rubio, 50% de Elias, 35% de Insua, 35% de Rinaudo, 25% de Rojo, 35% de Van Wolfswinkel, 65% de Rui Patrício, 46% de Arias, 37,5% de Schaars, 32% de Viola, 35% de Labyad, 50% de Miguel Lopes e... 100% de Bouhlarouz. Aliás, nem os passes dos putos da formação escaparam à necessidade de arranjar dinheiro para pagar as contas da água e da luz. Já voaram para outras paragens 52,5% de Chaby, 25% de Ponde, 25% de João Mário, 50% de Tobias Figueiredo, 5% de Betinho, 40% de Wilson Eduardo, 40% de William Carvalho e 40% de Owuso.

Isto explica parte da angústia que o sócio sportinguista sente nessa manhã de março. Há menos de um mês, foram divulgadas as contas referentes ao 1º semestre de 2012/13, com uns assustadores 22 milhões de prejuízo. Tudo indica que o ano deverá terminar com resultados tão desastrosos como os do ano passado, com perdas a rondar os 45 milhões. Ou seja, juntando esta época às duas anteriores, a SAD registará prejuízos acumulados de cerca de 135 milhões. Como é que é possível que, em apenas três anos, se tenha conseguido deixar um clube centenário à beira da insolvência?

Este sócio sportinguista, que gosta de se informar sobre o estado financeiro do clube, não vê como é que se conseguirá sair de uma situação destas. Como se poderá resolver o problema dos credores - que exigem uma revolução na governação da SAD - tendo um plantel desvalorizado e com grande parte dos direitos económicos alienados, e não se podendo contar com grande parte das receitas, que já foram antecipadas para fazer face a dívidas urgentes? Fala-se que a banca pode tomar conta da SAD, o que é um cenário que parece cada vez mais provável. Não que isso importe muito, porque daí a 3 anos vencem as VMOC's emitidas em 2011 por Bettencourt, e aí o clube perderá inevitavelmente a maioria da SAD. Portanto, se não for de uma forma, será de outra. E isto se o clube ainda existir em 2016, porque as conversas que há sobre a preparação de um PER levam a temer o pior.

Entretanto, o sócio saiu de casa e foi comprar o jornal. A capa é, obviamente, centrada nas eleições do Sporting, marcadas para esse dia, disputadas entre Carlos Severino, Bruno de Carvalho e José Couceiro. Mas as eleições podem esperar um pouco: o sócio quer ver primeiro a agenda do fim-de-semana. Vê que o Sporting joga nessa tarde com o Rio Ave em futsal, em Odivelas. Infelizmente, não deve conseguir ir ver o jogo porque tem de levar a mais nova a uma festa de aniversário de uma colega. E, para piorar, não há transmissão televisiva. O jeito que dava que o clube tivesse uma televisão que transmitisse os jogos...

Pouco antes da hora de almoço, o sócio dá um pulo rápido a Alvalade para votar. Enquanto estaciona o carro, olha para o descampado ao lado do estádio e pergunta-se se algum dia voltará a ver jogos num pavilhão próprio. E, já agora, que sonhar não custa, ver um jogo de hóquei, uma modalidade que o clube abandonou, e que tantas alegrias lhe deu quando era criança. 

Pouco depois, na fila para as urnas, ainda está a decidir em quem irá votar. Severino não conta para o totobola, se o sócio quisesse palhaços, então iria ao circo. Couceiro parece-lhe não ter um perfil minimamente apropriado para liderar o clube num momento tão crítico. Sobra Bruno de Carvalho, uma incógnita, que mais parece um miúdo a tentar intrometer-se no mundo dos adultos... mas que pelo menos parece ter fibra e ser apaixonado pelo clube. Enquanto se aproxima da mesa de voto, toma a decisão, mas sem grande convicção. Decide-se pela fibra e pela paixão... são qualidades que, se calhar, fizeram falta aos dirigentes que afundaram o clube.

Avancemos agora quatro anos, até 2017.

O sócio, que tantas dúvidas teve nas eleições de 2013, já sabe há muito em quem vai votar. Considera que assistiu, ao longo do mandato do presidente que ajudou a eleger, a um pequeno milagre. Se lhe tivessem dito que, em quatro anos, o clube passaria de um estado de pré-falência para uma organização lucrativa com excelentes perspetivas de futuro, simplesmente acharia que estavam a gozar com a sua cara. 

Não acreditaria se lhe tivessem dito que iria concretizar-se uma reestruturação financeira que permitiria à SAD reembolsar os empréstimos apenas em função das receitas extraordinárias, que se conseguiria recuperar grande parte dos passes dos jogadores, e que se cortaria em definitivo com os fundos e empresários que ajudaram a sugar a riqueza do clube. Teria ficado cético se lhe dissessem que, quatro anos depois, o clube teria equipas competitivas no futebol, nos escalões de formação, nas modalidades, recuperando o hóquei em patins e o futebol feminino, ou que seria vendidos dois atletas por 70 milhões, sem pagar um cêntimo de comissões.

E muito menos imaginaria ser possível que, quatro anos mais tarde, teria um canal de televisão onde poderia assistir aos jogos das modalidades e da formação de futebol, que haveria uma explosão no número de sócios, e que estaria iminente a inauguração do pavilhão que, há tão pouco tempo, julgava impossível ser erguido.

E que se conseguiria alcançar tudo isto contra tudo e contra todos. Desde cedo , o clube e a direção foram a ser considerado um alvo a abater por praticamente todos os atores do futebol português: dirigentes dos clubes rivais e da federação, comunicação social, empresários e fundos.

Mas se pedissem hoje ao sócio para escolher o principal feito da direção que esteve à frente do clube nestes quatro anos, a resposta não seria o pavilhão, o aumento da competitividade do clube, nem sequer a reestruturação financeira. O principal feito não é palpável nem se pode avaliar em euros. Para este sócio, acima de tudo o resto, está a restauração da auto-estima sportinguista e do orgulho que os sócios e adeptos sentem no seu clube, consequências da visão que o seu presidente tem de recuperar o Grande Sporting, tal como foi idealizado pelos seus fundadores.

Ao contrário de 2013, o sócio não tem dúvidas sobre a sua escolha nas eleições de amanhã: colocará os seus votos na lista de Bruno de Carvalho.

sexta-feira, 3 de março de 2017

VAI HAVER CABAZADA...

O homem dos musicais deu-nos muita “música”, mas um pobre espetáculo. Começou por apostar numa personna que se afirmava a antítese de BdC pela calma, reflexão, contenção, prometia navegar na espuma da boa educação, na pose de “estadista” que decerto agradaria aos que gostam de perfis de presidentes bons para cortar fitas, discursar uma vez por ano e dar muitos bacalhaus na tribuna dos estádios. Afirmou que trazia uma nova atitude, agregadora, que libertaria o Sporting das amarras de um tirano tresloucado recorrendo à sua elegância, estabilidade familiar e alto padrão de cidadania.
Sem que entendesse bem porquê, o nosso Pedro Madeira Rodrigues (sim, é nosso…só nós é que conseguimos produzir disto) decidiu mudar de estilo de candidato. Eu arriscaria que entendeu que o caminho que levava a sua candidatura lhe dava pouco “tempo de antena”. O polimento e a boa educação era tanto que os jornais e tv´s não conseguiam espremer sumo algum e o candidato despiu o fraque e equipou-se à montanhista. Havia realmente uma montanha a escalar, mas PMR resolveu enfrentar o desafio da pior maneira. De picareta. Bateu tanto, mas tanto, que em vez de escalar, cavou um buraco. É verdade que conquistou alguns votos, sobretudo os que desesperam por votar em qualquer coisa que não seja BdC, mas afastou-se dos “indecisos” à mesma velocidade com que esgravatava por “material” com que pudesse chafurdar na lama, tentando vencer o opositor por gastroenterite.
Quanto mais PMR disparava “realidades alternativas” para a imprensa, mais desprezo e silêncio obtia da lista contrária e isso não era saudável para que se pudesse colocar ao mesmo nível de BdC. Desesperou-se pelo confronto e pela dança de polémicas mediáticas, mas o “partner” não mordeu o isco e o que dançou foi a polémica do pseudo-despedimento de Jorge Jesus. Tão mal gerido foi esse número que muitos votantes abandonaram as cadeiras e só não pediram o dinheiro de volta porque o Candidato prometera livrar-se de JJ sem custos e para o seu lugar teria uma nova Estrela, daquelas que brilharia tanto que ofuscaria a trapalhice (impossível de explicar) de se ofender com o treinador, mas perdoar a outros profissionais do clube, apenas por ter colocado uma assinatura num papel. PMR estaria a borrifar-se se JJ aceitou fazer parte da Comissão de Honra da candidatura de BdC. Para quem já andou na podridão hipócrita da política, sentir-se atraiçoado por uma inutilidade destas foi uma encenação fraca, somada de um acting em que toda a gente reparou que a faca era de plástico e o sangue, ketchup de marca branca do Lidl.
Por altura do debate já era um facto que a peça levada a cena, dependeria muito de uma cena apoteótica, de um acto completamente trágico, de um facto extraordinário que corresse viral e trouxesse mais espectadores à sua bilheteira. Não existiu. BdC daria muito pouco sumo ao confronto e diga-se, embora esforçado e com as linhas bem decoradas, PMR não conseguiu “tirar o coelho da toca” e muitos adormeceriam nos sofás. Para quem precisava de um knock-out, o candidato não chegou sequer a conseguir uma contagem e foram precisas todas as cantadeiras da imprensa para conseguir vislumbrar uma vitória no frente-a-frente.
A campanha aproximava-se do tempo das grandes decisões e PMR continuava sem ases para fazer vazas. Não os tendo, foi dizendo que os tinha. Prometeu tantas vezes que a ficção era realidade que se viu obrigado a deixar de pintar cartazes e a apresentar estrelas à séria. Boloni, Delfim e Juande Ramos. Um casting demasiado fraco para o grau de promessas que fez. Boloni e Juande Ramos são vedetas já em pleno declínio das suas carreiras e Delfim…ainda não tem uma. Mais do que apresentar soluções, PMR apresentou nomes, estrelas que toda a gente adivinha que abrilhantariam pouco aos espetáculos de Alvalade. O romeno nunca desempenhou o papel de coordenador de nada que se relacionasse com a formação, Delfim nunca foi sequer a um casting para um cargo técnico e o espanhol vem de várias peças canceladas, atravessando um verdadeiro shutdown na carreira.
A estrela de PMR apagava-se, mas o candidato não desistira sem que espetasse umas quantas farpas na lista contrária. Já no desespero de uma verdadeira Madame Butterfly, dispararia enredos e farsas por todo o lado. Nem sequer se podem chamar teoria de conspiração, porque de facto ninguém apresentara tese alguma para explicar as “sugestões” de vídeos, as “dicas” de lana-caprina ou os pseudo-factos de faca e alguidar. A viagem deste “Cats” arranharia a negação do figurão com que lançou a candidatura e é hoje a dois dias da eleição uma versão plena daquilo que prometeu combater. O polimento e altivez deram lugar a um burgesso rufião, que goza com o eleitorado que não o prefere e veste a capa e a espada de merda que O Jogo, o Visão de Mercado, A´Bola ou qualquer outro antro de anti-sportinguismo estão dispostos a dar-lhe.
Tenho, sinceramente, pena e vergonha alheia do rumo que seguiu esta candidatura e ainda mais certo estou que o que a alimentou foi o ódio e o desdém a um pessoa, muito mais do que o amor incondicional a um clube, aos seus sócios, ao seu património. O apoio de Godinhos, Roquettes e outros MacBeth’s só vêm dar o "beijo da morte” a este musical desafinado e descoordenado, a esta La La Land em que PMR sonhou dançar e cantar, fazendo do fel, acidez e antipatia o holofote para o nada de caminho ou carisma com que se apresentou aos sócios.
#LeaodePlastico

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

16ª Jornada: Aviei-me cedo na feira, para não me faltar nada...

Foi o que aconteceu...O Sporting marcou 2 golos em 17m e depois relaxou...demais. Antes de relaxar, Adrien saiu lesionado e o estádio prestou a homenagem aquele que é o jogador mais preponderante na equipa leonina na actualidade...roeram-se as unhas de aflição. E este assunto desemboca na preparação e elaboração deste plantel para esta época, onde já vimos que esperavam muito de quem nada ou pouco deu. As contratações tardam ou nem começam a render.
Depois do intervalo a equipa quis controlar, mas sem pressão no meio campo, foi ver o Feirense a crescer, e depois com um cruzamento para a área e golo do fagaceiros. Eficácia. Falta dela para o defesa esquerdo Bruno César.
Estavam marcados 60m jogo e durante um bons 15, andamos a "apanhar bonés" e com as pernas a tremer, uma equipa a acusar a diferença pontual, mas acima de tudo a perceber que tudo podia acontecer, inclusive, o céu cair de novo em cima das suas cabeças. Não aconteceu e a vitória já não fugiu, desta vez.
Muito bem Paulo Oliveira (porquê Douglas?) e Esgaio, Alan Ruiz na 1ª parte e ainda a gasóleo, mas aquele pé esquerdo não engana. Não sei se vale 8M€, mas se conseguíssemos desenroscar o pé esquerdo e colocar num corpo mais móvel e numa cabeça menos quezilenta, era bom...pois, mas já são muitas as premissas...Foi um gostinho do homem do ultimo passe, não sei se ainda estará a tempo e a paciência de mostrar mais, pois não há margem de erro. Doost é craque e goleador. Não só é jogador de 1 toque como tabela muito bem de costas, mas se o holandês se constipa, nem quero pensar e golos só em sonhos, porque André e mais ainda Castaignos...não me parecem alternativas. E que dizer de Campbell, que fez as ultimas 4 assistência para os golos leoninos. À esquerda, meus senhores. Não inventem, por favor.
Venha a taça e o campeonato, porque para lá do Marão, mandam o que aqui estão...    

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

15ª Jornada - Benfica 2 Rio Ave 0 - Lá em cima

2-0. Mais três pontos conseguidos na fortaleza da Luz onde está quase cumprida uma volta com apenas dois pontos perdidos. Esta vitória fui vê-la no estádio, no alto do terceiro anel, bem lá em cima, quer na catedral, quer na classificação.

Num jogo em que o Benfica entrou muito forte e rápido, o Rio Ave foi impotente para travar a maior capacidade técnica dos velocistas de encarnado. Na segunda parte o jogo foi mais repartido mas sempre com a sensação que se necessário fosse, acelerando, o Benfica podia facilmente engordar o score.
Bom jogo de Pizzi, Mitro e Fejsa e jogo menos conseguido de Rafa.
O árbitro tentou sê-lo "à inglesa" mas deixou um penalty por marcar a favor do Benfica, daqueles que porque os avançados do Benfica falharam menos que o árbitro não entra para a Liga da Verdade.

Na jornada anterior o Benfica tinha ganho no Estoril por um magro mas suficiente 1-0. Essa exibição foi pior que o resultado, especialmente porque voltou a falta de eficácia e com ela o nervoso miudinho até ao apito final.

O próximo para o campeonato é em Guimarães, no muito difícil reduto do vitória local. Vamos à vitória, Benfica!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Trabalho a fazer...

Para acalmar as mentes mais encaloradas que possam visitar por acaso este blog ( e deve ser 2 a contar com a própria família), tenho de fazer um trabalho em breve para tentar perceber, das contratações JJ, quais foram as que resultaram e as que falharam, neste ano e meio...estou curioso enquanto sportinguista.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

JÁ NÃO HÁ PINGO DE VERGONHA...

É tudo às claras. Não há pudor, nem vergonha...

Este Portugal é um país que em muitos momentos me envergonha. Sim esta é a palavra...não é só pela bola, pelo jogo de ontem, que é o que vou comentar aqui. É também pela corrupção, pela pobreza de espírito de quem nos governa, pela pobreza cada vez maior nas mesas dos portugueses, pelo esquecimento dos nossos militares que defenderam a nossa bandeira e hoje são um fardo ao Estado...por tudo isto e também por valorizar os espertos, os trafulhas, os bandidos, e os sem vergonha...
Para os portugueses competentes serem reconhecidos tem que sair deste país, e digam-me se não pensaram já, e principalmente quem tem filhos pequenos, se não pensámos já se os teremos de preparar um dia para saírem para um país melhor. Hoje vale tudo para aparecer, para ser conhecido e acima de tudo para vencer, neste país sem escrúpulos...

O Benfica - Sporting de ontem foi um óptimo jogo, bem disputado por duas equipas que se respeitaram, as maiores de Portugal. Com planteis muito similares e com treinadores competentes, numa luta pela liderança deste campeonato e pelo domínio do futebol cá do burgo. É também isto que está em disputa agora nestes clássicos.

Este resultado falseado, tem pelo menos um condão: De mostrar a todo o mundo e não só às mentes mesquinhas tão lusitanas...quem tem o poder de mandar e condicionar a arbitragem em Portugal.
Não conseguimos discernir, de forma honesta, entre a competência do Benfica e as ajudas da arbitragem nas suas vitórias recentes no campeonato nacional. Este é um problema que se agudiza quando o maior clube, o clube mais influênciador da sociedade, tem também, e de longe, as maiores ajudas por parte dos árbitros.
Podem não precisar contra os pequenos em grande parte dos jogos, mas quando precisam dessa ajuda e ontem tão preciosa ela foi, têm-na e ontem tiveram-na a rodos. Foi um assalto à inteligência dos consumidores do desporto-rei, foi gozar com quem suporta este negócio. Tal como nos anos 80 e 90 o Porto o fazia às claras.

O Benfica utilizou a táctica "Tondela" e ganhou. Como o genuíno Tondela ia ganhando em Alvalade este ano. Bem fechadinho, com as flechas a extremos a aproveitarem o domínio sportinguista e depois a fazerem uso da eficácia que faz a diferença, bem como do anti-jogo que se queixaram na Madeira, da fuga dos apanha bolas, tal como esses clubes bem pequeninos, tantas vezes fazem. E com um guarda redes de nível a ser o melhor em jogo, como tantas vezes acontece nesses jogos ingratos do nosso campeonato.

E um treinador que eu até aprecio mais no discurso do que Jesus, ontem foi muito "pequeno" também na conferência de imprensa. Pela primeira vez que me lembre...Deve ser um problema de tamanho no clube de Carnide: Foi aí que Jesus se começou a achar o "maior cá do bairro" e agora inebriado pela vitória, Vitória colocou-se em bicos dos pés...Então esta táctica de retranca e de destruição, com contra-ataque, com bolas nos ferros, com o guarda redes milagroso, com 2 penaltis por marcar, com subjugação em pleno estádio da luz, foi tudo pensado e muito bem gizado pelo novo mestre da táctica...O que não saberemos é se aquelas 3,4,5 oportunidades, sem as potenciais penalidades, fossem concretizadas, também seriam obra do novo mestre? Sr. Vitória, se quer ser diferente, terá que agir como tal...

E quando o Benfica não ganha, queixa-se e por incrível que pareça, ou talvez não, nos jogos seguintes é à descarada, sem pingo de vergonha, sem se esconderem.
E sem se esconderem, estão um conjunto de árbitros que há bem pouco tempo, reinavam nos nossos campos e de forma incompetente condicionavam jogos, é agora vê-los a dar opiniões tão enviesadas quanto as suas apitadelas, das quais não temos saudades nenhumas. A ânsia de protagonismo, de ganhar lugar nas cadeiras encarnadas da BTV, de estar na foto da glória conspurcada, tem pelo menos a vantagem de os fazer aparecer e podermos ter a certeza daquilo que só suspeitávamos. Então a equipa que dominou o jogo, a estatística e a posse de bola, fez quase o triplo das faltas da equipa que jogou na expectativa, na destruição...Não cola. E faltas dentro e perto da área de Ederson, nem vê-las...

São jogos como este, que são o exemplo capaz e real da vergonha e do ganhar a qualquer preço, da qual um clube tão grande está refém...não conseguem afastar este anátema, com exemplos tão evidentes destes.

Estamos a jogar melhor de jogo para jogo, sem atingir ainda o nível do ano passado e sem Jesus ainda acertar com o apoio ao holandês Doost, a caminho de metade da época. Mas estamos na luta, a 5 pontos e com 21 jornadas para disputar, mesmo sabendo que as armadilhas vão parecer, pois as que apareceram em Guimarães, Nacional e na Luz, assim o fazem crer. Só o Rio Ave nos foi superior desde o inicio do reinado Jesus, mais nenhuma equipa o conseguiu ser.

Podem dizer que é "dor de cotovelo" ou mau perder. Mas é só a minha opinião. E custa perder assim...Melhor e Roubado.

PS - A eliminação da Europa não tem outra palavra...DESILUSÃO.